Desafios do setor solar brasileiro
O Brasil tem um potencial solar contundente graças à irradiação favorecida. Porém, não é só de Sol que se faz energia solar. Há desafios no horizonte, que envolvem questões econômicas, políticas e globais. Além de fomento e direcionamento governamental para o avanço das soluções solares, é necessária a adesão do setor privado. A coexistência destes dois cenários cria bases fundamentais para que qualquer segmento seja desenvolvido, o que não é diferente para o setor solar brasileiro.
O recente leilão de energia solar – A4-2018 -, que aconteceu no dia 04/04/2018 com o objetivo de licitar a contratação de energia elétrica de fontes renováveis, é um exemplo de destaque deste fomento. Segundo informações do EPE – Empresa de Pesquisa Energética – foram cadastrados 620 projetos de energia fotovoltaica. Número que ficou abaixo apenas das inscrições eólicas (931). Dos 620 projetos fotovoltaicos, 422 foram considerados habilitados. Ou seja, quase 70%. Há alguns critérios para a não habilitação, como: incompatibilidade dos dados e/ou falta de registro com a ANEEL, ausência de licença ambiental e outros. Conforme publicado pela CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica -, responsável pela realização do leilão, foram contratados 29 projetos fotovoltaicos.
O leilão mostra que o País caminha na direção solar, mas ainda há largos passos a serem realizados. O desafio de ampliar a proporção de energia renováveis frente às poluentes é um importante movimento para o setor. É possível observar uso mais recorrente dos sistemas fotovoltaicos em locais remotos, no mercado de telecomunicações, pecuária e agronegócio (Off Grid). Porém, a energia solar também é viável para uso em proporções reduzidas. O case da SS Solar de garagens solares mostra como ela pode ser viável para veículos e para o uso individual. Em um processo paralelo aos carros elétricos, há o estímulo do crescimento das soluções renováveis como alternativa aos combustíveis nocivos ao ambiente.
Investimento é sempre desafio, mas a redução de cerca de 80% no custo dos painéis solares na última década favorecem as condições para que ele seja vencido. No mercado global, houve aproveitamento desta redução no início dos anos 2000. O Brasil focou esforços em hidrelétrica e eólica, o que fez com que o País entrasse com atraso na onda favorável. Recuperar as consequências deste atraso ainda está na lista de pendências. Aliás, falando em lista, o País não está no Top 10 no ranking mundial, mas há expectativas de que isso pode ser realidade nos próximos anos. Definir isso como um desafio é um motivador e tanto.
Outra questão crucial para que o setor avance na direção de seu potencial é o fomento às pesquisas. Universidades e institutos têm a nobre missão de aprimorar e criar soluções que otimizem recursos energéticos ao mesmo tempo em que reduzem impactos ambientais, colocando as soluções fotovoltaicas na agenda acadêmica e de desenvolvimento.